As Prostitutas na História




                            .. de Deusas  a escória da Humanidade 


SOCIEDADE - AS PROSTITUTAS NA HISTÓRIA
De deusas à escória da humanidade


A prostituição já foi uma ocupação respeitada e associada a poderes sagrados. Mas, com o surgimento da sociedade patriarcal, a independência sexual e econômica das mulheres restringiu-se e as meretrizes passaram a ser mal-vistas.


POR PATRÍCIA PEREIRA em UOL-Leituras da História


Que a prostituição é popularmente conhecida como a profissão "mais antiga do mundo", 
todos sabem. E, desde que o mundo é dito civilizado, sempre houve prostitutas pobres e prostitutas de elite. O lado desconhecido dessa história é que a imagem a respeito delas 
nem sempre foi a que temos atualmente. As meretrizes já foram admiradas pela
inteligência e cultura, e também já foram associadas a deusas - manter relações sexuais 
com elas era necessário para conseguir poder e respeito. As "mulheres da vida" sempre tiveram um lugar na História, mas, ao longo dos anos, seu status passou de respeitável à condenável.

Maria Regina Cândido, professora de graduação e de pós-graduação em História, e coordenadora do Núcleo de Estudos da Antiguidade (NEA), da Universidade Estadual 
do Rio de Janeiro (UERJ), explica que a conotação de ser ou não bem-vista pela sociedade
é um olhar de nosso tempo sobre as prostitutas. "Na antiguidade, elas tinham seu lugar 
social bem definido. Era uma sociedade que determinava a posição de cada um, que 
precisava cumprir bem o seu papel em seu espaço e não migrar de função", diz Maria 
Regina.
Lá atrás, no período da pré-história, a mulher era associada à Grande Deusa, criadora 
da força da vida, e estava no centro das atividades sociais, explica Nickie Roberts, no 
livro As Prostitutas na História. Com tal poder, ela controlava sua sexualidade. Nessas sociedades pré-históricas, cultura, religião e sexualidade estavam interligadas, tendo 
como fonte a Grande Deusa, conhecida inicialmente como Inanna e mais tarde como 
Ishtar. Os homens, ignorantes de seu papel na procriação, não eram obsessivos pela paternidade. Foi essa preocupação com a prole que, mais tarde, levou ao surgimento 
das sociedades patriarcais, com a submissão da mulher.
Por volta de 3.000 a.C., tribos nômades passaram a criar gado e tornaram-se 
conscientes do papel masculino na reprodução. As sociedades matriarcais da deusa começaram a ser subjugadas. As primeiras civilizações da era histórica desenvolveram-se 
na Mesopotâmia e no Egito, e nasceram desse levante. Novas formas de casamento foram introduzidas, especificamente destinadas a controlar a sexualidade das mulheres, afirma 
a escritora. "Foi nesse momento da história humana, em torno do segundo milênio a.C., 
que a instituição da prostituição sagrada tornou-se visível e foi registrada pela primeira 
vez na escrita", explica Nickie.



A vaidade feminina é retratada pelo fotógrafo E.J. Bellocq, que possui uma série de fotografias das prostitutas de Nova Orleans (1918).À esquerda, cena explícita de sexo no Egito Antigo: o ato sexual e o prazer sempre foram documentados ao longo da História



AS PRIMEIRAS PROSTITUTAS DA HISTÓRIA
As grandes cidades da Mesopotâmia e do Egito continuaram centralizadas nos 
templos da Grande Deusa. As sacerdotisas dos templos, que participavam de 
rituais sexuais religiosos, ao mesmo tempo mulheres sagradas e meretrizes, 
foram as primeiras prostitutas da História, conta Nickie Roberts. O status dessas 
mulheres era elevado. Os reis precisavam buscar a benção da deusa, por meio do 
sexo ritual com as sacerdotisas, para legitimar seu poder. "Nessa época, as 
prostitutas do mais alto escalão do templo eram, por direito nato, agentes 
poderosas e prestigiadas; não eram as meras vítimas oprimidas dos homens, tão 
protegidas pelas feministas modernas", escreve Nickie Roberts.





A Suméria criou a segregação feminina ao colocar em lados opostos 
a esposa obediente e a prostituta má.  
Julio Gralha, professor do NEA/UERJ, lembra que a visão sobre as prostitutas da 
época é  pouco documentada de forma escrita, mas pode ser inferida pelas imagens
das iconografias. "Pela análise da iconografia, a prostituta existia no Egito e atuava
de forma remunerada. 
Há contos iconográficos, cômicos, em que a prostituta é vista como poderosa, o 
homem não agüenta. Como aparecem o colar e outros símbolos ligados à deusa, elas 
são vistas como protegidas. A prostituição não era algo repulsivo ou condenado pela 
religião", diz Gralha.


UM NEGÓCIO ORGANIZADO NA GRÉCIA
Com o passar do tempo, a independência sexual e econômica da prostituta tornou-se 
uma ameaça à autoridade patriarcal. Por isso, a religião da deusa foi combatida pelos
sacerdotes hebreus e, aos poucos, suprimida. Os rituais sexuais viraram pecados 
graves e as sacerdotisas, pecadoras. 
"As principais religiões patriarcais que se seguiram - o cristianismo e o 
islamismo - reconheceram o impacto devastador do estigma da prostituta na divisão 
regulamentação das mulheres", explica Nickie Roberts.
A Grécia antiga foi uma típica sociedade patriarcal. As mulheres não podiam participar 
da  vida política e social. No entanto, como aconteceu a todas as sociedades antigas, os
primeiros habitantes da Grécia foram povos adoradores da deusa, afirma Nickie. Os 
deuses masculinos só vieram mais tarde, por volta de 2.000 a.C., com os invasores 
indo-europeus. As duas culturas fundiram-se e produziram o híbrido que chegou até 
nós. Basta lembrar que Zeus, divindade suprema indo-européia, casou-se com Hera, 
poderosa deusa sobrevivente do culto anterior. 
A negação total do poder da mulher na sociedade grega é decorrente do governo 
de uma série de ditadores homens. Sólon, que governou Atenas na virada do século 
VI a. C., foi o principal deles, tendo institucionalizado os papéis das mulheres na 
sociedade grega. 


Passaram a existir as "boas mulheres", submissas - e as outras

Foi também Sólon quem, percebendo os lucros obtidos pelas prostitutas - tanto 
as comerciais quanto as sagradas -, organizou o negócio, criando bordéis oficiais, 
administrados pelo Estado. Neles, havia grande exploração das mulheres, que 
eram praticamente escravas. Junto com os bordéis oficiais, muitas meretrizes 
independentes exerciam o seu comércio, 
apesar da legislação de Sólon. "Pela primeira vez na História, as mulheres estavam 
sendo cafetinadas - oficialmente. (...) Assim, de mãos dadas, nasceram a cafetinagem 
estatal e privada", afirma Nickie.
Maria Regina Cândido, historiadora da UERJ, lembra que foi a pressão sobre a terra, 
com o grande aumento da população grega, que levou Sólon a criar os primeiros
bordéis. Isso porque ele trouxe para a região estrangeiros ceramistas, com o intuito 
de ensinar à população excedente uma nova atividade, já que a agricultura não absorvia 
mais a todos. 
"Para que os estrangeiros não molestassem as esposas e filhas de cidadãos gregos, ele
criou um espaço de prostituição oficial na periferia da cidade, os bordéis", explica a 
coordenadora do NEA. 
Segundo Maria Regina, as prostitutas ficavam em frente ao cemitério, na região do 
cerâmico, onde estavam instaladas as oficinas dos ceramistas, e também na região do 
Porto do Pireu, onde eram chamadas de pornes, daí vem a palavra pornografia.
As prostitutas dos bordéis eram estrangeiras, trazidas para a Grécia exclusivamente 
para cumprir esse papel. Mas muitas mulheres gregas, depois de casamentos desfeitos 
por suspeita de traição ou outros desvios de comportamento, não viam outro caminho 
a não ser prostituir-se. Essas, estigmatizadas, juntavam-se às estrangeiras nos bordéis 
oficiais.




SÍMBOLO ÀS AVESSAS

Maria Madalena, famosa prostituta arrependida da Galiléia, representa que, para 
ser salva, a mulher precisa abandonar a profissão.

Conhecida como a ex-prostituta da Galiléia, Maria Madalena foi uma das mais 
fiéis seguidoras de Jesus Cristo. De acordo com a Bíblia, ela estava presente em sua 
crucificação e em seu funeral. Foi ela quem encontrou vazio o túmulo de Jesus, ouviu 
de um anjo que ele havia ressuscitado e foi dar a notícia aos apóstolos. 
Prostituta com papel de destaque na história de Cristo - foi, inclusive, canonizada 
pela igreja católica -, Maria Madalena poderia ter se tornado um símbolo na luta pela 
aceitação da atividade. Mas o que ocorreu foi o contrário: como personificou o 
estereótipo de "prostituta arrependida", acabou por disseminar uma imagem negativa 
sobre a prostituição, ao reforçar a idéia de que é preciso abandonar a atividade para 
redimir-se dos pecados e ser perdoada por Deus.
Durante a Idade Média, as prostitutas atuantes eram excomungadas da igreja católica.
Mas as que se arrependiam eram perdoadas e aceitas pela sociedade. Houve até um 
movimento de conversão, em que a igreja estimulou fiéis a "recuperar" prostitutas e 
casar-se com elas. Também surgiram comunidades monásticas de ex-prostitutas 
convertidas, que receberam o nome de "Lares de Madalena". Elas proliferaram pela 
Europa, tendo sido financiadas, em sua maioria, pelo clero. Além de Maria Madalena, 
a igreja enalteceu diversas outras prostitutas que salvaram suas almas pelo 
 arrependimento, como Santa Pelágia, Santa Maria Egipcíaca, Santa Afra e outras.
O curioso é que nenhuma passagem na Bíblia afirma que Maria Madalena foi prostituta. 
Os textos sagrados a mencionam como pecadora, de quem Jesus expulsou sete demônios, 
mas não especificam qual seria seu passado. 
Provavelmente, o que a levou a ser vista como prostituta foi a identificação com um 
relato de Lucas (7:36-50) sobre uma pecadora anônima, descrita de forma a sugerir 
ser uma prostituta, que em certa passagem unge os pés de Cristo. 
O relato de Lucas, a respeito de tal mulher arrependida, antecede a citação nominal de 
Maria Madalena. No Ocidente cristão, a versão de que Maria Madalena seria essa mulher 
foi a mais difundida. No Oriente, a mulher anônima e Maria Madalena são vistas como 
pessoas diferentes.


As prostitutas do templo de Afrodite deixaram de ser vistas 
como sacerdotisas e viraram escravas
Muitas prostitutas eram cultas e instruídas, e cumpriam o papel de entreter 
os líderes  daquela sociedade. Cobravam alto preço por sua companhia e podiam
ou não ceder aos desejos sexuais do cliente. São as hetairae, amantes e musas dos 
maiores poetas, artistas e estadistas gregos, explica Maria Regina. "As hetairae 
 conduziam seus negócios abertamente em Atenas, trabalhando independentemente 
 tanto dos bordéis do Estado quanto dos templos", diz Nickie. 
A prostituição sagrada também sobreviveu, embora timidamente, durante o período 
da Grécia clássica. Havia templos em toda a Grécia, especialmente em Corinto - dedicado 
à deusa Afrodite. As prostitutas do templo não mais eram vistas como sacerdotisas, 
eram tecnicamente escravas. Mas, por serem consideradas criadas da deusa, mantinham 
a aura de sacralidade e eram homenageadas pelos clientes. "Demóstenes pagava caro por 
essas prostitutas. Ele ia de Atenas até Corinto só para ter relações sexuais com elas", diz 
Maria Regina.


LIVRES NO IMPÉRIO ROMANO 
Roma foi diferente da Grécia. Até o início da República, a prostituição não era tão 
disseminada no território romano. "Roma ainda era muito provinciana, fechada",
explica Ronald Wilson Marques Rosa, historiador e pesquisador do NEA/UERJ. A
prostituição apenas se difundiu com a expansão militar do império romano e a 
conquista de escravos. 
Antes desta expansão, há indícios de que entre os primeiros romanos, que eram 
povos agrícolas, existia a antiga religião da deusa, diz Nickie Roberts. Ela também 
afirma que, em tempos posteriores, a prostituição religiosa estava ligada à adoração 
da deusa Vênus, que era considerada protetora das prostitutas.
Após a expansão militar e territorial, "os escravos eram os prostitutos, tanto 
homens quanto mulheres. E não havia estigmatização, não era algo mal-visto. Era 
normal o uso comercial do escravo para a prostituição. E, muitas vezes, eles usavam 
esse dinheiro para conseguir a liberdade", diz Ronald Rosa.
De acordo com Nickie, Roma foi uma sociedade sexualmente muito permissiva. 
"Eles escarneciam de qualquer noção de convenção moral ou sexual e desviavam-se 
de toda norma que houvesse sido inventada até então", afirma. A grande expansão 
urbana favoreceu o crescimento da prostituição. A vida era barata, e o sexo, mais barato 
ainda, diz a autora. Prostituição, adultério e incesto permearam a vida de muitos
imperadores romanos.
"Falando de modo geral, a prostituição na antiga Roma era uma profissão natural, 
aceita, sem nenhuma vergonha associada a essas mulheres trabalhadoras", comenta 
Nickie. 
A vida permissiva levava mulheres a rejeitar o casamento, a ponto de o imperador 
Augusto estabelecer multas para as moças solteiras da aristocracia em idade 
casadoira. Muitas se registraram como prostitutas para escapar da obrigação. O 
sucessor de Augusto, Tibério, proibiu as mulheres da classe dominante de trabalhar 
como prostitutas.
Diferente da Grécia, os romanos não possuíam e nem operavam bordéis estatais, mas 
foram os primeiros a criar um sistema de registro estatal das prostitutas de classe 
baixa. Isso resultou na divisão das prostitutas em duas classes, explica Nickie: as 
meretrices, registradas, e as prostibulae (fonte da palavra prostituta), não registradas. 
A maior parte não se registrava, preferia correr o risco de ser pega pela fiscalização, 
que era escassa.


CONDENADAS NA IDADE MÉDIA
Com o declínio do Império Romano, começou a Idade Média. Os invasores, 
guerreiros bárbaros, organizam a vida não mais em grandes cidades e sim em aldeias 
agrícolas, que não favoreciam a prostituição como a vida urbana. "As artes civilizadas 
do amor, do prazer e do conhecimento - o erótico e os demais - desapareceram durante
a Idade das Trevas. (...) a antiga tradição de uma sensualidade feminina orgulhosa e 
exaltadora desapareceu para sempre", afirma Nickie Roberts. A igreja cristã 
perpetua-se e reprime a sexualidade feminina, ao censurar a prostituição. 
Apesar de condenada, a prostituição foi tolerada pela igreja, que a considerou "uma
espécie de dreno, existindo para eliminar o efluente sexual que impedia os homens 
de elevar-se ao patamar do seu Deus", explica Nickie. A igreja condenava todo
relacionamento sexual, mas aceitava a existência da prostituição como um mal necessário. 
De acordo com Jacques Rossiaud, autor de A Prostituição na Idade Média, "pode-se 
afirmar, sem receio de erro, que não existia cidade de certa importância sem bordel"


Havia bordéis públicos, pequenos bordéis privados e também casas de tolerância - 
os banhos públicos. Além disso, continuavam a existir as prostitutas que trabalhavam 
nas ruas. Em tese, o acesso aos prostíbulos públicos era proibido para homens casados 
e padres, mas eles encontravam meios de burlar a legislação. Rossiaud escreve que 
as prostitutas não eram marginais na cidade, mas desempenhavam uma função. 
Nem eram objeto de repulsão social, podendo, inclusive, ser aceitas na sociedade e 
casar-se depois que deixassem a vida de prostituta.
A liberdade sexual só era tolerada para os homens. As mulheres casadas e suas 
filhas, de boa família, deviam temer a desonra. Mas, de acordo com Rossiaud, essa
liberdade masculina não sobreviveu à "crise do Renascimento". Houve uma progressiva
rejeição da prostituição, que revelava nas comunidades urbanas a precariedade da 
condição feminina. "Lentamente, a mulher conquistou uma parte do espaço cívico, 
adquiriu uma identidade própria, tornou-se menos vulnerável", explica Rossiaud. 
E houve uma revalorização do casal.
Prostituição e violência aparecem pela primeira vez associadas, devido a brigas, 
disputas e assassinatos nos locais públicos. Autoridades municipais, apoiadas pela 
Igreja, passaram coibir a prostituição que, a partir de então, "aparecia como um 
flagelo social gerador de problemas e de punições divinas", afirma Rossiaud. Um após 
outro, os bordéis públicos foram desaparecendo. "A prostituição não desapareceu 
com eles, mas tornou-se mais cara, mais perigosa, urdida de relações vergonhosas", 
diz Rossiaud. Para o autor, foi o "duplo espelho deformante do absolutismo monárquico 
e da Contra-Reforma" que fizeram parecer "decadência escandalosa o que era apenas 
uma dimensão fundamental da  sociedade medieval."


UMA PATOLOGIA PARA A MODERNIDADE 
Na modernidade, segundo Margareth Rago, professora titular do departamento 
de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autora de "Os 
Prazeres da Noite", a prostituição ganhou feições diferenciadas. Isso porque as 
mulheres conquistam maior visibilidade e atuação na sociedade. Surgiram novas 
formas de sociabilidade e de relações de gênero, com a criação de fábricas, escolas 
e locais de lazer e consumo. "Foram outros modos de vida, nos quais a mulher vai 
ter maior participação", diz Margareth.


Apesar da modernização dos costumes, a sociedade ainda é conservadora em 
relação às prostitutas
Nesse contexto, nasceu o feminismo e a mulher reivindicou o direito de trabalhar
e de estudar. O discurso sobre a prostituição ficou forte nesse período e virou debate 
médico e jurista. 

"Há um uso, não consciente, da prostituição para dizer que mulher 
direita não fuma, não sai de casa sozinha, não assobia na rua, não goza. 
O médico vai dizer que a mulher não tem muito prazer sexual, ela tem 
desejo de ser mãe. Já o homem tem e, por isso, precisa da prostituta"
afirma Margareth.


De acordo com Margareth, é nessa época que as prostitutas passam a ser 
condenadas como anormais, patológicas, sem-vergonhas; uma sub-raça incapaz 
de cidadania. E a justificativa vai vir de teorias médico-científicas. "O que 
acontece é que a medicina do século XVIII usa os argumentos misógenos de 
Santo Agostinho e de São Paulo, e fundamenta cientificamente o preconceito 
contra a prostituta", explica Margareth. "Diz que a prostituta é um esgoto seminal, 
uma mulher que não evoluiu suficientemente. São pessoas que têm o cérebro um 
pouco diferente, o quadril mais largo, os dedos mais curtos. Criam toda uma tipologia"
diz Margareth.
Para a autora de "Os Prazeres da Noite", podemos diferenciar a imagem que se 
construiu da prostituta na modernidade para a visão que temos dela hoje em dia: 
"Nos últimos 40 anos, mudou muito. O sexo está deixando de ser patológico, de 
estigmatizar o que pode e o que não pode. Não sei se acontecem mais coisas na cama 
de casados ou de uma prostituta. "


"A revolução sexual transformou os costumes. Mas a sociedade 
ainda é conservadora e há forte preconceito contra essas mulheres", 
diz Margareth.





REFERÊNCIAS  

  • ROSSIAUD, Jacques. A Prostituição na Idade Média. Rio de Janeiro: Paz e 
  • Terra, 1991. 224 pág. 
  • RAGO, Margareth. Os Prazeres da Noite: prostituição e códigos da sexualidade 
  • feminina em São Paulo (1890-1930). São Paulo: Paz e Terra, 2008. 360 pág.






















Comentários

Mais lidas