Messalina





" O nome Messalina vem de messe, ou colheita. Bem apropriado para uma mulher tão dadivosa. Há um busto de Messalina no Museu Capitolino, em Roma: o nariz reto, a boca pequena, o rosto triangular, um queixo firme. Era loira. E, claro, bela.
Messalina teve amantes em toda Roma, fez sexo com servidores do palácio, com soldados, com atores, com escravos. Fazia sexo por diletantismo, e nisso se diferenciava da maior parte das mulheres. Como já disse Schopenhauer, para as mulheres, o sexo é um meio; para os homens, um fim. Messalina, não. Messalina gostava da coisa.
À noite, Messalina assumia sua segunda identidade.Transformava-se na prostituta Lisisca. Metia-se debaixo de uma peruca preta e ia para a zona do meretrício da cidade, chamada Suburra. Subia num tamborete e oferecia-se pelo preço de uma marafona vulgar. Os homens a escolhiam, pagavam e a levavam para uma pequena cela em frente ao tamborete, alugada especialmente para esse fim - com o que, você já viu que o motel não foi inventado no Rio de Janeiro, e sim na velha e devassa Cidade Eterna. De manhã, quando os donos dos quartinhos queriam fechá-los e ir para casa, descansar, Messalina continuava firme, oferecendo-se. Não queria parar nunca. Voltava para o palácio dolorida, com as partes pudendas em carne-viva e ainda insatisfeita. Sofria de furor uterino, evidentemente. "

Por: David Coimbra



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